Maior seca da história mata mais de 141 botos no interior do Amazonas

Tefé, Amazonas – Na região de Tefé, no Estado do Amazonas, com calor e seca, temperatura da água chegou a mais de 39°C

Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), e outras organizações, estão correndo contra o tempo para sanar a emergência ambiental e sanitária no lago Tefé, no Médio Solimões, interior do Estado do Amazonas. O esforço das equipes para retirar as carcaças dos animais mortos tem o objetivo de evitar contaminação na pouca água que ainda resta nos rios e no lago da região.

A partir de 23 de setembro foi identificado um evento incomum de mortalidade de botos na região de Tefé. Já foram contabilizadas 141 mortes de botos-rosa e tucuxi. A seca e a temperatura da água que chegou a 39° ºC no pico máximo no dia 28 de setembro, certamente contribuiram com as mortes, consideram os cientistas do Instituto. A temperatura da água durante o período do dia tem variado de 29° a 37,5 ºC. Somente em 28 de setembro, 70 botos e centenas de peixes foram encontrados sem vida.

Até esta segunda-feira (9/10/2023) foram localizados 141 botos mortos, sendo 120 botos vermelhos, ou cor-de-rosa, e 21 tucuxis. Desse total, tivemos 124 animais necropsiados. Tivemos 17 indivíduos analisados e até o momento não há indício de um agente infeccioso relacionado como causa primária da mortalidade.

A Operação foi dividida em três frentes: o setor Operação Vivos tem o objetivo de monitorar os grupos de botos e tucuxis ao longo do Lago Tefé. E no caso de algum indivíduo apresentar sinais de anormalidade, temos condições de resgatá-lo e encaminhá-lo ao Flutuante de Reabilitação, uma casa flutuante que serve de enfermaria para os animais.

A outra frente é o setor de Operação Ambiental, composto por três frentes de monitoramento: água, peixes e fitoplâncton. De todas as variáveis que o Instituto Mamirauá tem analisado, a que tem demonstrado variação discrepante é a temperatura da água.

Especialistas do empresa AquaViridi, que atuam com a consultoria ambiental, foram acionados para identificar a espécie de algas que foi vista na Enseadas do Papucu, no lago Tefé. Foi identificada a espécie conhecida por “Euglena sanguinea”.

As buscas por animais mortos continuam. Mais de 100 pessoas, entre militares das Forças Armadas (Exército e da Marinha) estão colaborando juntamente com militares do Corpo de Bombeiros e Política militar local. Também servidores do ICMBio, INPA e FioCruz. e voluntários da AquaVirid, Aquasis e Instituto Aqualie, GreenPeace Brasil, Sea Shepherd Brasil, WWF Brasil e GRAD, entre outras instituições, também estão colaborando nas buscas. Nessa corrida contra o tempo, já passaram mais de 100 voluntários de todo Brasil com as organizações, são eles: Aqua Virid, Instituto Aqualie, Aquasis, Corpo de Bombeiros, Exército, Fiocruz, GRAD, WWF Brasil, Greedpeace Brasil, ICMBio, INPA, Marinha, Polícia Militar, R3 Animal, Sea Shepherd Brasil.

Material original da Imprensa do Mamirauá, jornalista Stéffane Azevedo. O texto foi modificado e é responsabilidade final é do jornalista João Batista Santafé Aguiar, editor do AgirAzul.com. As fotografias publicadas são de autoria de Miguel Monteiro. Reproduzidas com licença.

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