O evento, promovido pela ARI – Associação Riograndense de Imprensa, debaterá o bioma ameaçado que cobre 63% do RS nos dias 26 e 27 de março
No ano em que completa 90 anos, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) volta sua atenção para o Pampa, o bioma que cobre 63% do Rio Grande do Sul, abrangendo cerca de 176 mil km2. 0 Pampa integra a região conhecida como Campos Sulinos, característicos da maior parte do Rio Grande do Sul, estendendo-se pelo Uruguai e Argentina. Dos seis biomas existentes no Brasil – os outros são Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Amazônia e Pantanal -, o Pampa tem sido o mais devastado em termos proporcionais ao território. Por isso, a 13ª edição do Fórum Internacional do Meio Ambiente (FIMA), organizado pela ARl, vai tratar do “Bioma Pampa: Clima, conservação e atividades econômicas” nos dias 26 e 27 de março.
O presidente da ARI, José Nunes, destaca que a entidade está dando sua parcela de contribuição
para proporcionar a reflexão e o debate e, acima de tudo, a ação. “Idealizamos uma programação
que reúne os vários atores deste cenário, como os produtores rurais, as comunidades e os ativistas,
as diferentes esferas do governo e o Ministério Público a fim de facilitar o diálogo“, esclarece.

IMPORTANTE — O Memorial do Legislativo tem a lotação máxima de 80 pessoas. As inscrições são gratuitas e o preenchimento das cadeiras se dará por ordem de chegada. Serão dois dias de palestras e atividades. O evento será transmitido pelo YouTube da ARI. A melhor experiência certamente será se o interessado estiver no local — compareça!.
A atividade inicial do FIMA, na manhã de 26/03, quarta-feira, apresentará as consequências das mudanças climáticas para o Pampa pelos cientistas da UFRGS Jefferson Cardia Simões e Francisco Eliseu Aquino, ambos do Centro Polar e Climático da UFRGS, que acabaram de retornar da circum-navegação da Antártica. Tambem estarão presentes outros pesquisadores, agrônomos, e representantes da sociedade civil, da mídia da região todos com trajetória no Pampa que ajudaram aos presentes terem noção da importância da manutenção do Bioma e de seus usos possíveis.
O Instituto Curicaca, FARSUL, MPRS, IBAMA RS, Instituto IBEM, Embrapa Bagé, Estado do RS, produtores rurais, ONGs locais, Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental, Geoparque de Caçapava do Sul, Vinícula Guatambu, Instituto Brasileiro de Azeite de Oliva, se farão presentes nos painéis.
Figuram, ainda, entre os painelistas o chefe de P&D da Embrapa Pecuária Sul, Marcos Borba, e o coordenador da Rede Campos Sulinos professor Valério Pillar, e dois jornalistas premiados, o argentino Gustavo Veiga, do jornal Página 12, e o uruguaio Victor Bacchetta, que vão compartilhar a situação em seus países e as respectivas coberturas da mídia.
Segundo levantamento do MAPBiomas, a partir de análise de imagens de satélite, o Pampa Sul-
Americano perdeu 20% de sua vegetação campestre entre 1985 e 2022, incluindo 9,1 milhões de
hectares de campos nativos. O país que teve a maior perda proporcional de vegetação campestre
foi o Brasil, com 2,9 milhões de hectares – o equivalente a 58 vezes a área do município de Porto
Alegre (RS). Trata-se de uma perda de 32% da área existente em 1985 em apenas 38 anos, conclui
o MAPBiomas – rede organizada de maneira colaborativa por ONGs, universidades, laboratórios e
startups de tecnologia.
O principal vetor dessa mudança é a expansão das áreas agrícolas para o plantio de soja – o uso
agrícola do solo aumentou 2,1 milhões de hectares entre 1985 e 2022. Por sua vez, a silvicultura,
expandiu a atividade em mais de 720 mil hectares nesse período – um aumento impressionante de
1.667%. Em 1985, a área total ocupada pelos campos era de 9 milhões de hectares e passou para
6,2 milhões de hectares em 2022.
Para o jornalista João Batista Santafé Aguiar, diretor do Departamento de Política Ambiental da ARI,
o Pampa está sob ameaça: “Seja pela expansão da agropecuária e silvicultura, pela expansão de
projetos de mineração, pela remoção da cobertura vegetal nativa e degradação do solo ou pela
urbanização e infraestrutura, pois as rodovias fragmentam o habitat natural; e, é claro, pelas
mudanças climáticas.”
Também é necessário falar sobre o “Potencial Turístico e Comercial do Pampa”, tema do painel que
az como protagonistas as uvas, as olivas e o Geoparque de Caçapava do Sul. “Os produtores de
vinhos, azeite de oliva e mel são diretamente prejudicados e lutam por mais controle no uso do
herbicida que contém o composto 2,4-D. É o mesmo componente do conhecido agente laranja,
usado como desfolhante na Guerra do Vietnan e, lamentavelmente, ainda utilizado nas nossas
lavouras de soja” , explica a jornalista Daniela Sallet, vice-diretora de Meio Ambiente da ARl,
complementando que o Pampa preservado pode gerar renda de forma responsável.
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Veja:
— 13º Fórum Internacional do Meio Ambiente sobre o Pampa – página inicial — apresentação e organizadores — programação — palestrantes — inscrições
— ARI – Associação Riograndense de Imprensa
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