Amigos da Terra Brasil convida a todas e todos para mais uma QuArTa TeMáTiCa:
Há alguns anos, em Porto Alegre, indígenas e quilombolas veem em uma caminhada conjunta para barrar ataques institucionais do Estado e do Judiciário contra os seus direitos. São diversos projetos de leis ou medidas que visam dificultar a demarcação de terras. PEC 215, Marco Temporal e aqui no Rio Grande do Sul o PL 31, que põe os pequenos agricultores contra o povo negro e povo índio. Enquanto isso, latifundiários e megacorporações seguem seu processo de esvaziamento do campo para produção de commodities para exportação. A posse coletiva da terra, seja através da aldeia ou do quilombo, é uma resistência à mentalidade colonial e desenvolvimentista do neoliberalismo. Por isso, tantos ataques a estes povos.
Para debater sobre isso, os Amigos da Terra Brasil convidaram lideranças indígenas e quilombolas para o próximo Quartas Temáticas, 21 de setembro, na CasaNat (Rua Olavo Bilac, 192). A conversa começa pontualmente às 19h.
Veja a entrevista com o Onir Araújo, da Frente Quilombola, que estará presente no Quartas Temáticas
Porto Alegre, possui uma intensa luta territorial étnica com expressões múltiplas nos seis territórios quilombolas , oito territórios indígenas, clubes negros, milhares territórios de matriz africana e territórios de Cultura e Referencial Africanos. Tal luta pela cidade é invisibilizada pelo Racismo e contido pela violência de Estado. O processo de ocupação do espaço no Rio Grande do Sul marcado pelo violento processo de desterritorialização e massacre dos Povos Originários , e Comunidades Quilombolas se expressou no espaço urbano da Capital , onde o contingente populacional negro e indígena foi sucessivamente empurrado e retirado de seus lugares tradicionais e colocados nas periferias em meio a um quadro de violência permanente do Estado , através de seu braço formal, associado ao seu braço informal , que amplia o estigma e o permanente Estado de Guerra , ao argumento da Guerra contra Drogas, contra , principalmente, pretos, indígenas e pobres de periferia, onde o Estado de Direito de fato não existe.
A expressão institucional desse Genocídio são os vários Projetos de Lei e Emendas Constitucionais que violam os Direitos dos Povos, cabendo destaque a PEC 215/2000 e aqui no Estado o PL 31/2015, ambas medidas que violam os Direitos Fundamentais tanto de Quilombolas como de Indígenas e o seu desdobramento no Judiciário expresso pelo Marco Temporal que procura dar um manto de legalidade ao esbulho Colonial recorrente ao longo desses 516 anos.
As Comunidades Quilombolas e os Povos Originários fazem uma secular resistência subterrânea contra a Violência Colonial e Racista recorrente, resistência essa fundamental para construção da Democracia de Fato e convocam , principalmente, o Povo Negro , o Povo de Terreiro, Pobres de Periferia, Juventude Negra e Indígena , sindicalistas, lutadores comunitários , mulheres negras, mulheres, gays, lésbicas, ambientalistas a se somarem a essa luta.
Contra o Genocídio do Povo Negro e Povos Originários.
O PL 31/2015 e a PEC 215/2000 e o MARCO TEMPORAL SÃO EXPRESSÕES DO RACISMO . REPARAÇÕES JÁ.
- Quartas Temáticas #7
Dia 21/09/16, a partir das 18h30min.
Na CasaNat, Rua Olavo Bilac, 192. Bairro Azenha.