AgirAzul- Boletim Ambientalista
(Março 1992)
AgirAzul não é um jornal. Também não é revista. De confecção mais simples – não menos trabalhosa; e ao mesmo tempo mais útil para os bons militantes ambientalistas de nosso Estado, AgirAzul é um “boletim de atividades”.Com uma ou outra matéria produzida por sua própria equipe, deverá divulgar documentos produzidos por entidades e pessoas (sempre com autorização, bem claro), tudo de interesse do ativista gaúcho. O movimento ecologista do RS tem produzido textos de excelente qualidade, quase sempre destinadas a clandestinidade, somente conhecidos por aqueles que os redigiram e, quem sabe, dos respectivos destinatários. Esta produção, se mostrada e discutida, pode ter papel multiplicador da luta muito grande;
Agirazul também publicará legislação — se ela for factível, desejável ou não, não caberá ao veículo julgar.
Agirazul publicará artigos que expressam pontos de vista interessante e originais, para nosso conhecimento, discussão e aprendizado; seção de livros,com excelentes sugestões de Augusto Carneiro; seção de Cartas (o número zero não tem, óbvio). Uma agenda informativa diferenciada citará fatos recém passados e previstos, com a liberdade de incluir-se complementação das informações em algumas linhas;
Sendo possível mostrar a realidade a partir de diversas visões de mundo, AgirAzul procurará enxergá-la sempre via ambientalistas. É uma escolha que define o conteúdo do veículo. Caso aconteça um grande desastre ecológico e nenhuma entidade/pessoa a tratar do assunto, Agirazul. provavelmente, também não trará nada a respeito – embora, sob ângulo estritamente jornalístico, seja errado;
O número zero apresenta uma grande diferença em relação às demais edições: traz pouca ou nenhuma notícia originada no Interior do Estado. Mas o Rio Grande do Sul tem entidades muito atuantes fora da Capital. A todas o espaço está à disposição para divulgar seus pleitos, posições, experiências;
Publicidade: AgirAzul aceitará publicidade de profissionais liberais e pequenas empresas ao limite de até 30% do espaço disponível. Entre em contato. É possível, também, a inclusão de malas-diretas ou outros documentos junto com o AgirAzul. Por exemplo: se uma entidade promotora de um evento quiser colocar junto ao Boletim um folheto de publicidade, é possível. Da mesma forma, pode ser distribuído cópias de documentos, etc;
AgirAzul é um projeto em franco desenvolvimento. Esta edição está impressa com corpo de letra pequeno. Se o processo industrial (composição, fotolito, gráfica) o tornar de leitura difícil, poderemos melhorá-la a partir da próxima edição. Aliás, n úmero zero é para isto. Vários testes estão sendo realizados.
Nada cai do céu. Em tudo há custos envolvidos. Não receba AgirAzul gratuitamente, colabore com suas finanças.
Finalmente, cabe afirmar que o AgirAzul poderá ligar-se, organicamente, a outro(s) projeto(s) em andamento, desde que as propostas sejam complementares. Não há o desejo de individualismos. Há a intenção de construir algo a meu ver importante: o aumento da capacidade comunicativa do ambientalista gaúcho. Somente assim teremos força para enfrentar a grande ressaca que se seguirá à realização da Conferência do Rio.
A título de editorial desta edição, cabe destacar o assunto da capa: a Consolidação das Leis Ambientais em curso, tentada pelo Governo Federal. Excelentes considerações a respeito em três artigos: da UPAN, da ADFG-Amigos da Terra e da Coordenação de Articulação Setorial da Secretaria do Meio Ambiente. Também publicamos a Carta de Canela, em que os presidentes das Repúblicas do cone sul da América fazem coro pelo meio ambiente; o novo Código Florestal do RS; a troca carinhosa de correspondência entre Summers e Lutzenberger a respeito da exportação de empresas sujas para o Terceiro Mundo, tudo na íntegra, indicações de livros. Sobre unidades de conservação, damos notícia sobre investimentos no Parque Nacional dos Aparados da Serra e publicamos um excelente artigo de Jorrge Hermmann. E muito mais. Bom proveito. Escreva informando sua(s) crítica(s).