Foi lançado esta semana pela UNOCHAPECÓ, em Chapecó, SC, a obra “Impactos socioambientais da hidrelétrica Foz do Chapecó”, que estuda os impactos sociais e ambientais do modelo hidroenergético brasileiro. A publicação foi viabilizada pela Editora ARGOS, da própria Universidade.
O livro traz a contribuição do presidente do INGA – Paulo Brack, que, juntamente com Eduardo Luis Ruppenthal e Ismael Verrastro Brack, publicam o capítulo “Projetos de Hidrelétricas no Rio Uruguai: Perdas e Desafios”.
O artigo aborda a origem autoritária do planejamento dos empreendimentos de geração de energia hidrelétrica, que segue sendo executado a despeito do avanço sob o marco legal da sociobiodiversidade.
Haverá lançamento da obra em evento a ser marcada em Porto Alegre.
Destaca o texto que: Na visão hegemônica do Ministério de Minas e Energia, do setor elétrico, do governo federal e também de governos estaduais e municipais, os rios continuam sendo avaliados fundamentalmente pelo seu mero potencial de maior geração de energia elétrica e a promessa genérica de que trarão royalties e desenvolvimento. Aproveita-se a cota de desnível mais alta possível e, por conseguinte, uma produção energética máxima, independentemente da magnitude dos impactos socioambientais negativos. A maior parte dos governos e parlamentares realmente vislumbra ganhos imediatos derivados da construção de empreendimentos hidrelétricos e, depois, derivados dos royalties, negligenciando as perdas das áreas de plantio e a consequente arrecadação de recursos derivados da produção agrícola em toda a sua cadeia, que em grande parte supera as propaladas receitas econômicas dos empreendimentos (Ruppenthal, 2013). Fica assim resguardado o potencial econômico de um setor em geral formado por empresas privadas, concessionárias de geração e que, não raro, financiam campanhas eleitorais.